CEPAL: economia digital da América Latina está atrasada

 

O organismo pede adoção de estratégia comum para promover o desenvolvimento regional

A economia digital da América Latina e do Caribe está atrasada em comparação a outras áreas do mundo, com algumas exceções, afirma a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) no relatório ""Mercado Digital Regional - aspectos estratégicos"", publicado recentemente.

O estudo aponta que ""persistem consideráveis fragmentações, duplicação de atividades e coordenação ineficiente, derivando em um mosaico de ambientes legais e regulatórios e de subutilização de recursos"".

Como solução, a CEPAL destaca que deve ser implementada uma atualização da Internet. Este espaço virtual, criado para fins acadêmicos, agora tem um papel proeminente no comércio mundial. Não expandi-lo significa manter uma barreira que afeta o progresso da sociedade como um todo.

Uma das atualizações necessárias seria a adoção do protocolo IPv6, que oferece mais endereços e, consequentemente, um espectro mais amplo de sinal que permitiria um aumento substancial na oferta de serviços, especialmente em relação à chamada ""internet das coisas"". (IoT, siglas em inglês).

Em relação ao comércio eletrônico global, de acordo com o relatório da CEPAL, as principais barreiras são o idioma (31%), as regras e normas locais, com 27%; as diferentes determinações fiscais, com 24%; e logística, que representa 18%.

Para facilitar este tipo de trocas, também são necessários avanços concretos no mundo físico, por exemplo, nos serviços postais. Em 2016 a CEPAL preparou o ""Índice de desenvolvimento dos serviços postais"", que destaca a qualidade do serviço no Brasil e no Uruguai, enquanto a Argentina, o Paraguai e a Bolívia tiveram um desempenho considerado baixo.

A autorregulação para a prevenção de práticas enganosas e a resolução de conflitos são outros fatores que agregam segurança aos consumidores. Essas ações, junto com a eliminação coordenada e harmonizada das barreiras nacionais e internacionais, facilitariam o aumento do comércio via web.

Segundo a CEPAL, ""a formulação e implementação de uma estratégia comum que integre progressivamente os marcos legais e regulatórios estimularia os investimentos na economia digital, com seus consequentes efeitos positivos sobre o crescimento, a produtividade e o emprego para o conjunto da economia regional "".

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