Planejamento, a chave para o crescimento das cidades intermediárias da Bolívia

 Os centros urbanos com mais de 10 mil e até meio milhão de habitantes precisam de uma estratégia nacional.

“A velocidade com que estão crescendo algumas das cidades como o eixo Montero-Warnes-La Guardia é pelo menos duas vezes mais rápido que a experimentada em Santa Cruz ou em Cochabamba durante a década dos anos 1980”.

A afirmação corresponde à pesquisa ""Cidades intermediárias na Bolívia: uma agenda prioritária"", elaborada pelo Banco Mundial, na qual diversos especialistas destacam a rápida urbanização na Bolívia e o sentido de urgência que esta situação impõe para atender esta transformação.

De acordo com o documento, ""o processo de urbanização na Bolívia é um dos últimos a acontecer na região"". Em poucas palavras, o bom desempenho econômico e o crescimento da população da Bolívia fizeram com que, pelo menos, em 60 cidades entre 10.000 e 500 moradores estejam crescendo a um ritmo muito acelerado. Isso gera desafíos e também oportunidades.

Javier Pinto nasceu em Sucre (região centro-oeste), morou durante muitos anos em La Paz (região noroeste) e agora vive em Santa Cruz de la Sierra, cidade do sudeste boliviano e onde está localizada a sede do FONPLATA.

Javier fala com a propriedade de quem acompanha a expansão populacional e urbanística de seu país: ""o cuidado deve ir além da mancha urbana. É preciso estar atento com as cidades que ficam no entorno dos grandes centros porque elas crescem sem nenhuma estrutura"", explica Javier, que também é engenheiro do FONPLATA.

Para os especialistas do Banco Mundial, um dos cuidados primordiais é investir em planejamento urbano para evitar os erros cometidos por cidades que experimentaram um rápido progresso sem investimentos mais duradouros.

Recentemente, a Bolívia deu início ao Programa de Infraestrutura Urbana para a Geração de Emprego nas cidades de Cobija, La Paz, Oruro, Potosí, Riberalta e Sucre. Para isso, foram investidos U$40 milhões financiados pelo FONPLATA para melhorar cerca de 600 mil metros quadrados de vias urbanas. Durante este projeto serão gerados 6.500 postos temporários de trabalho.

Mas, ampliar vias e repensar a reestruturação urbana só funciona se houver a expansão da rede de saneamento básico, alertam os especialistas. Sem condições adequadas de higiene, o desenvolvimento é desigual se comparado com os números do crescimento econômico.

Para enfrentar esses desafios, a análise recomenda a articulação de uma política nacional de desenvolvimento urbano ou de “cidades”, focalizar os investimentos em melhorar a cobertura e a qualidade dos serviços básicos e estruturar estratégias para fomentar o desenvolvimento econômico local, entre outras medidas.

 

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