Apesar da crise, a pujança do Brasil não se rende
Este ""gigante pela própria natureza"", como diz seu hino, tem estado nas notícias sobretudo por sua crise política que, para a preocupação de todos, por alguns momentos parece não ter fim.
No entanto, cada vez que tenho a oportunidade de viajar pelo interior do país, a realidade local sempre volta a me confirmar que, no terreno dos investimentos, da inovação e do desenvolvimento, o Brasil continua caminhando para frente.
No âmbito internacional, nenhuma empresa global saiu do Brasil por causa da crise que o país atravessa, da mesma forma que nenhum governo deixa de contar com a opinião brasileira na hora de tomar decisões de caráter regional ou global.
É que o Brasil ocupa uma posição estratégica no mundo, tem quase tanta população como os demais países da América do Sul somados, tem fronteiras com quase todos eles e abriga a maior parte do maior pulmão florestal do mundo e do qual todo o planeta depende.
Além disso, é integrante do G-20, considerado o âmbito global para a tomada de decisões coletivas pós-crise de 2008/2009.
No terreno econômico-financeiro, o Brasil, além de ser um dinâmico líder em FONPLATA, é ativo acionista e sócio de instituições multilaterais de financiamento, como o Grupo Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Latino-americano de Desenvolvimento (CAF) e também como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), dos BRICS.
Ou seja, não há neste momento no mundo nenhum diálogo sub-regional, regional, hemisférico ou global sobre economia, geopolítica ou sustentabilidade ambiental no qual o Brasil não esteja envolvido de alguma maneira.
""Confio em que a solução à presente crise política no Brasil chegará no momento preciso para gerar confiança""
É um país de presença e influência globais, cujos setores dinâmicos da atividade social, econômica ou cultural não se paralisam diante de uma crise política. Esta não é a primeira crise pela qual o país atravessa e, hoje em dia, as instituições são mais fortes e resistentes, agindo com a independência que as circunstâncias requerem.
Percorrer muitos dos municípios do Brasil é uma oportunidade para perceber novas ideias, novas propostas, novos projetos para melhorar a qualidade de vida das pessoas, dirigidos por pessoas muito preparadas e com verdadeira vontade de aportar sua contribuição ao progresso do país.
Na cidade de Corumbá (Mato Grosso do Sul), por exemplo, estamos trabalhando com as autoridades municipais para seus desafios do futuro. O turismo e uma renovada relação com o enorme canal fluvial que é o rio Paraguai serão os pilares nos quais será estruturado o projeto da nova e moderna Corumbá.
Em Joinville, no estado de Santa Catarina, junto com a prefeitura vamos melhorar a qualidade de vida dos cidadãos dando ênfase aos espaços públicos da cidade e no cuidado ao meio ambiente. Continuaremos trabalhando com eles em busca de novas formas de tornar mais fácil a vida da população desse local do sul do país.
Em Pelotas, no Rio Grande do Sul, estamos voltados para um projeto que reúne dois aspectos que raras vezes são trabalhados simultaneamente: o desenvolvimento urbano e o desenvolvimento rural. Serão feitas obras de iluminação, rede de esgotos, mecanização de propriedades rurais e até a manutenção de parques.
Na própria capital do país, Brasília, junto com o governo estamos apoiando um inovador Projeto que visa reduzir a degradação do Lago Paranoá, buscando o abastecimento seguro de água para consumo da população do Distrito Federal, da mesma forma que o uso eficiente da mesma nas atividades produtivas dos agricultores em sua bacia. Ao mesmo tempo, oferecendo acesso democrático à prática de atividades recreativas e esportivas, garantindo também a proteção do meio ambiente.
E assim continuaremos dialogando com vários municípios e cidades em diversos lugares do território brasileiro, criando junto com as autoridades desses lugares formas inovadoras e criativas de fazer com que o desenvolvimento chegue a todos, especialmente aos mais atrasados.
Em meio à incerteza política e as reclamações de vários setores sindicais e sociais, o país conseguiu superar oito trimestres de contração quando cresceu 1% durante o primeiro trimestre deste ano. Instituições, como a Federação Latino-americana de Entidades Bancárias (FELABAN), garantem que o pior momento da recessão já passou.
Enquanto isso, a indústria automotora vendeu em maio 33,8% a mais que no mesmo mês do ano passado. Inclusive, uma recente pesquisa realizada entre economistas de todo o país e divulgada pelo Banco Central, posicionou a previsão de inflação para este ano em 3,93%, a menor dos últimos onze anos.
Acredito que a solução para a atual crise política no Brasil chegará no momento necessário para gerar certeza, colaborando para uma recuperação mais duradoura que já é vislumbrada e pela qual muita gente no Brasil já está trabalhando.